terça-feira, março 13, 2007

COM 4 ANOS

Há já muito tempo que não lhe chamo bebé (o meu bebé, como gostava de dizer) - um ano, talvez dois? O tempo baralha-se-me na cabeça. Agora está um rapagão e só a muito custo mesmo o consigo carregar no colo (mas ainda subo a escada com ele a dormir em cima de mim, ai subo! Apesar de as minhas costas ficarem feitas num oitenta e oito!!!) Ainda me pede para lhe dar a sopa e eu às vezes só me apetece fugir para um lugar onde consiga ter uma refeição do princípio ao fim sem me levantar da cadeira. Mas rapidamente chego à conclusão de que esse sítio não existe ou, a existir, fica a muitas léguas de distância da vida real. Aparte estes devaneios de dona de casa desesperada (será mais de mãe de família desesperada) lá lhe vou enfiando colheres na boca, enquanto invento conversas para que eles despeguem os olhos do ecrã. Não, não consigo cortar de vez com a televisão a todas as refeições. Às vezes apago-a, mas na vez a seguir deixo-a acesa. Ora são uns olhinhos e uns pedidos suplicantes (por favor, este é novo, nunca vimos este...) ora é o meu cansaço que não está para aturar mais disparates e gritos à mesa (quando não têm para onde olhar, eles entretêm-se a inventar coisas para fazer, tudo menos comer, e a primeira é arreliar a paciência da mãe). No outro dia o Diogo perguntou-me muito sério o que era a paciência, depois de me ouvir dizer que não tenho nenhuma para aturar as birras dele. Bom, mas isto era suposto ser um post sobre o Diogo, e não sobre as minhas lutas diárias para manter a sanidade mental. Vou começar outra vez.

No parque já não fica sentado no banco com o ar mais triste do mundo quando o irmão está a brincar com a turma dele (leia-se miúdos da mesma idade). Sim, porque agora ele também já tem uma! (turma). Na rua, depois da escola, ouvem-se amiúde vozinhas a saudarem: "Hello, Diogo!", a que ele responde, nem sempre de sorriso de orelha a orelha (é muito sério, este meu filho) Às vezes ainda pergunta: "Mas puque é que tens que il embóla xempe?" quando o deixo de manhã na escola, mas a maioria das vezes já quase que nem olha para mim e fica todo entusiasmado a brincar. Apesar disso, sentiu-se bastante com a passagem da escola para tempo inteiro, e à tarde está tão cansaço que adormece a maior parte dos dias. Está sempre a perguntar quando é que é sábado para poder ficar em casa a brincar. Mas quando as férias se prolongam, fica com saudades da escola. Está bastante mais sociável, mas gosta de brincar sozinho, e quando está entretido com ele mesmo, não gosta nada de ser interrompido nem que outros miúdos se aproximem. Eu reconheço os traços de alguém nesta sua faceta (quem será? eheheh)

1 comentário:

Anónimo disse...

Quem será que gostava, por vezes, de ter momentos só para si, como o filhote Diogo? A Papucita...Beijinhos