Ontem, na escola do David, um aluno accionou deliberadamente o alarme de incêndio, partinho o vidro de um dos muitos "call points" que existem espalhados pelo edifício. A escola foi rapidamente evacuada, chamaram os bombeiros, que em pouco tempo descobriram a origem do incidente. O aluno teve de ir até à Estação dos Bombeiros pedir desculpa pelo seu acto, e ainda deve ter ouvido uma boa de uma reprimenda, isto para além de outras medidas disciplinares, previstas para estes casos.
Mas este pequeno contratempo teve o seu lado positivo: serviu para verificar a eficiência do procedimento em caso de emergência. Meus senhores, a escola foi completamente evacuada em 2 MINUTOS E MEIO! Em 2 minutos e meio todo o pessoal e todas as crianças estavam reunidas nos principais "muster points" (a escola tem crianças desde a nursery - 3 anos - até ao 6º ano - 11, 12 anos. Não sei ao certo o número de alunos, mas poucos não são!). Os bombeiros chegaram em 3 minutos e meio. Toda a gente manteve a calma, pois todos já estão mais que familiarizados com o procedimento a tomar em caso de incêndio. Aqui os simulacros acontecem amiúde em edifícios públicos, como já tive ocasião de referir. Em todas as escolas (mesmo no College que frequento), logo nas primeiras aulas, os estudantes são informados sobre o que fazer em caso de incêndio. Os edifícios têm saídas de emergência devidamente assinaladas e separadas dos locais de passagem habituais, quando tal é possível. No espaço exterior existem os "assembly or muster points", também devidamente assinalados, que são os locais onde as pessoas se devem reunir e aguardar a chegada dos bombeiros.
À tarde, todos os alunos tinham uma folha informativa na mala, escrita pelo Headteacher, relatando o que acontecera. Ele referiu, entre outras coisas, a calma e a tranquildade que as crianças e todos os membros do staff mantiveram. E, tenho a certeza, os pais de todas as crianças sentem o mesmo: que os seus filhos estarão em segurança, no caso de incêndio real. O que dá uma sensação de alívio tremenda, garanto-vos. Uma sensação que nunca conheci aí, em Portugal.
8 comentários:
Pois, aqui se calhar a maioria das escolas nem alarme de incêncio tem... Sad but true (ando a utilizar muito esta expressão aqui no far far away... a rever)
Beijokaaaas grandes Papu :)))
Em onze anos de ensino em Portugal, eu nunca assisti a qualquer simulacro de "acidente / calamidade" nas escolas por onde passei. Quase que apostava que seria necessário mais do dobro do tempo mencionado no teu post para reunir o pessoal no exterior. Já para não mencionar as reacções de gozo e indiferença de muitas pessoas.
Beijocas para todos.
Um bem vindo especial à Pseudo... já espreitei o teu cantinho, fartei-me de rir com a burrbíblia mas não tive tempo de ler tudo... vou voltar, prometo!
Ah, pois!! Tem tudo a ver, aqui é tal e qual, se calhar nem extintores de incêndio têm.
Realmente, vives mesmo noutro mundo, não é?! Tudo tão diferente...
:(((
Sandra
Também não é bem assim, Sandra...
Este país tem coisas de 1º Mundo, sim, mas tb tem coisas de 3º Mundo!
É verdade, sim, eu é q ainda não me deu para falar disso e começar a contar-vos certas coisas... a começar pela casa onde estou...
Bom... pode ser que algum dia ainda vos mostre o "outro lado" da Inglaterra.
Na minha escola todos os miúdos saem dos respectivos pavilhões e dirigem-se ao campo de jogos em cerca de ... 3 minutos. Sabem quem é o 1º da fila e o último. Sabem colocar-se me fila no campo por turmas e anos. Ninguém quebra uma regra até ser dada ordem de normalidade pelos Bombeiros. Fazemos estes treinos já há alguns anos. Temos mais de 600 alunos e não há um que não saiba repetir: "Cumprir as regras de segurança pode salvar vidas". É o nosso lema.
Gosto de visitar o blog.
Olá Sete Sóis. É bom saber que em Portugal também acontecem coisas destas. Sim, nalgumas coisas o nosso país está a evoluir. O problema é que é muito devagar...
:)
ler todo o blog, muito bom
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