Beijos proibidos.
Afectos reprimidos.
Desejos incendiados.
Mentes calcinadas.
Rastilho detonado.
Parede de pedra dura.
Cabeça contra a parede, num esforço
de compreensão
de comunicação.
Valores velhos, velhos valores.
Fundamentalismos, conformismos, paternalismos,
adultos senis, gastos, envelhecidos, palhaços,
espectáculo grotesco de decadência.
Juventude alerta, juventude desperta
beijos nos portões e nas esquinas
valores conservadores
de amores, ternuras, paixões
corações e mentes abertas.
Escolas cinzentas, escolas sem norte.
Educação sem rumo, educação sem direcção,
educação sem vida e sem ar fresco.
Céus de arco-íris lá fora,
dias de sol lá fora,
jovens de mãos dadas,
beijos de namorados.
Não olhe, não olhe, senhor director.
Feche os olhos. Os ouvidos. A alma.
Senhor director.
Estamos fartos. Amarrados. Atados.
Sentados nas carteiras de outrora.
Fartos desta nova palmatória.
Beijos nas ruas, beijos nas esquinas, beijos lá fora,
a vista demora, a alma colabora, a tarde espreguiça-se
é hora, é hora de levantar
o moral
a disciplina
a cartilha
da vida
lá fora.
Olhe para nós, senhor director.
Levante os olhos,
tire os óculos, senhor director!
Venha à janela
deixe o vento entrar, senhor director!
Deixe o vento entrar nos cabelos
nas narinas na alma na boca
beije a vida na boca, senhor director!!!
3 comentários:
Disseste tudo, papu!!! Beije a vida na boca, sr. director! Como diz um grande amigo meu (orgulhosamente gay) «já não há cú (ele neste parte ri-se sempre...) para esta cambada de complexados inferiores.» Não há mesmo!
Beijokas grandes, papu ;)
Cerco-me de meiguice
e suspendo o feitiço
de um sabor
com sabor de hortelã
beijo
beijo...
Olá, Piedade! Obrigada pela visita :)
Pim: não há mesmo cú! E isto para não dizer mais nomes feios...
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