De há uns dias para cá que só se ouvem foguetes a explodir no ar. À tarde, deixam o céu nalgum ponto longínquo queimado de fumo cinzento. À noite, acendem a escuridão em manchas súbitas de luz e tiros roucos. Há duas noites então que não param. Acho que é por causa do Halloween, o pessoal aqui passa-se, é o carnaval deles.
Mas o que eu não sabia é que a maioria destes foguetes são lançados ao ar por mãos menores. Sim, de 18 anos para baixo, alguns até por crianças. São a réplica das bombinhas de carnaval, mais perigosas e mais mortais. É verdade.
Nos supermercados e em lojecas de rua estes foguetes vendem-se impunemente. É proibida a venda a menores de 18 anos, segundo a lei. E claro que isso não altera uma vírgula o panorama da realidade: o acesso destes brinquedos mortíferos a crianças, pré-adolescentes e adolescentes.
Eu fico estarrecida. Arrepiada. Cada vez que o som de um foguete assalta o ar, estremeço. É que a esta hora pode estar um menino, algures na noite, com metade do corpo a arder e a deitar fagulhas por todo o lado, fogo preso num artifício fatal.
E vão mas é para o caralho com a apologia dos direitos das crianças e as leis contra a violência sobre as crianças e o raio que os parta! E isto chama-se o quê? Isto se calhar é fazer festinhas nas crianças! Cambada de hipócritas, é o que é! E o negócio deve render muitos milhares de libras, é ver a quantidade desses morteiros de merda a desaparecerem das prateleiras nas lojas!
(É pá, é que isto mexeu mesmo com a minha adrenalina! Inglaterra, um país desenvolvido? Vão levar no cú!)
Sem comentários:
Enviar um comentário