segunda-feira, dezembro 12, 2005

FOI HÁ 1 ANO ATRÁS

que aterrámos neste país cinzento. Domingo, 12 de Dezembro de 2004. Da despedida lembro-me dos olhos chorosos da minha mãe no aeroporto, e da chegada lembro-me do frio súbito a congelar-me os ouvidos e da viagem de carro interminável até casa dos primos do meu marido. A auto-estrada era um rio de faróis acesos em movimento, o céu era cinzento chumbo, e no banco de trás, que era espaçoso, cabiam os nossos quatro corpos, encostados uns aos outros, e o sono depressa tomou conta dos dois mais pequeninos.

Depois recordo a casa quentinha que nos acolheu, a família à nossa espera, os sorrisos à porta. À noite recolhíamos ao quarto para dormir. O quarto era pequeno demais para os quatro, mudámos para outro. Não tinha condições este último, tivémos de mudar de novo. Mudanças, mudanças, mudanças.

Foi nessa altura que fomos ver o tal estúdio em Lewisham de que já falei. E decidimos mudar para lá. No dia seguinte. À noite o meu marido telefonou a um amigo que tem um minicab para ver se ele nos podia ajudar na mudança. E contou-lhe a nossa história. Ele tinha uma casa vazia e perguntou se não queríamos ficar lá até resolvermos a situação.

Aquilo caiu do céu. É claro que queríamos! Não queríamos ir para Lewisham, longe de tudo o que conhecíamos e ao que já estávamos familiarizados! Lá mudámos no dia seguinte para casa dele, no dia 31 de Dezembro. Assistimos aos fogos de artifício a incendiar o céu longínquo da varanda, a tiritar de frio, voltávamos para dentro para o quentinho, comemos pizza e bebemos champagne (só os pais, claro!). Não comemos passas à meia noite, mas entrámos no novo ano com o pé direito, os quatro juntos, entre quatro paredes quentinhas e acolhedoras. Tomei o primeiro banho em uma semana (não havia água quente na outra casa!) e senti-me como nova.

Passado onze dias o David entrou para a escola, para a mesma sala do primo, mais umas semanas e alugámos esta casa onde estamos. O resto da história vocês já conhecem.

Agora olho para trás e parece que o tempo voou. Mas naquele tempo, há um ano atrás, lembro-me de sentir que uma semana parecia um mês, e um mês parecia um ano. Acontecia tanta coisa ao mesmo tempo e os níveis de ansiedade às vezes eram tão elevados que tinham o poder de dilatar o tempo.

E agora aqui estamos... um passo depois do outro, uma lágrima, uma batalha, um sorriso depois do outro, muitos sorrisos! Brindem comigo! À nossa! E à vossa, também!

Tchim tchim!!!

9 comentários:

Armanda disse...

Parabéns, Papu! Que vitória! É tão bom quando algo novo parece assustador e difícl no início e depois se torna feliz e familiar.

papu disse...

Obrigada... beijinho :)

Pim disse...

Lá vai um brinde e um enorme sorriso da família Pim pá amiga distante Papu. :)))))

Sim, que há já uns dias que a minha pinxeja Maria Rita começou a sorrir por tudo e por nada. Tá lindaaaa!!!

Beijokaaas Papu ***

sm disse...

Parabéns!!! :DD

Tchim tchim!!! Brindemos à vossa!!! e à nossa... porque não!! Para te continuarmos a ler.

;)
***
PS Isto de beber logo de manhã é complicado... ;))) Mas um dia não são dias!!!

M disse...

Tchim tchim!!!

Dás-me cabo das bolsas lacrimais, sabes? :D

papu disse...

Tchim tchim!!!

Vocês são o máximo! Põem o meu astral para cima, fazem-me rir, ADORO-VOS!!!

Não desapareçam!

beijos

papu disse...

Alex, querida, um beijinho grande grande grande grande!!!

Tchim tchim!!!

E Pim, é uma ternura ouvir-te falar da tua pinxeja! Um sorriso enorme também para vocês os 3!

Mi, eu tb tenho as bolsas lacrimais demasiado sensíveis... de vez em qd há inundação! :D

Sandra, por acaso não sou muito amiga do alcool, nem de noite nem de manhã... mas um dia não são dias! ;)))

Manda, um beijinho muito grande!

Ana, pá, sei q estás aí, deixa-te disso, eu gosto muito de ti, mesmo doooowwwnnnn!!! Um grande beijinho e tchim tchim!

Caros amigos, companheiros e visitantes anónimos e mudos deste blogue: beijinhos para todos. Hoje faz 1 ano q cheguei e agora deu-me para aqui, o q é que querem? É quase 1 da manhã e ainda estou acordada... e muito feliz. É bom recordar tempos difíceis através das lentes da distância e do amadurecimento dos sentimentos então experimentados. Apesar de ainda sentir uma pontada na boca do estômago qd recordo certas coisas q nem me atrevo a escrever aqui...

MAS HOJE NÃO QUERO PENSAR NISSO. ESTOU MUITO FELIZ E TAMBÉM O DEVO A VOCÊS. OBRIGADA!!!

S disse...

Olá Papou, desculpe a intromissão.
Mas passei por acaso e não consegui deixar de ler os seus posts quase quase todos, e admirar a coragem de uma mãe de 2 crianças a tão grande distância da sua terra e família.
Adorei a sua história, a sua força, as aventuras dos seus filhotes, as lições que nos ensina aqui neste seu cantinho.
Beijinho grande, e parabéns pela sua conquista!
S

papu disse...

Olá Sofes, volta sempre :)
Também te visitei. Obrigada pelas palavras amigas