quinta-feira, março 16, 2006

NA VOLTA DA ESCOLA

uns olhinhos pesados de sono e uns joelhos esfolados, acompanhados de uma cara fechada.
- Foi boa a escola, filho?
- Não...
Lá fiquei a saber do acontecido: um menino atirou-se para cima dele no recreio, ele caiu e magoou-se no joelho.
Chegamos e, depois de deitado o pequenino, adormecido no sofá, vamos para a casa de banho para lavar as feridas.
Nada de mais, uns arranhõezinhos, algum sangue pisado.
O contacto com a água fá-lo protestar.
Rematamos a coisa com anti-séptico, pomada.
E, invariavelmente, lembro-me de outros joelhos esfolados, os meus, com a mesma idade. Raspava com os joelhos no chão da escola, que era de cimento, e fazia feridas enormes, que demoravam dias a cicatrizar.
Bem maiores que a dele. Conto-lhe.
- E quando a mãe era pequenina, não havia estas coisas, era com água oxigenada, que arde muito mais. E tinha de aguentar!
Recordo-me dos meus gritos, do medo, do protesto, da paciência da minha mãe.
O que arde cura.
Mas ao menos agora já não arde tanto...

1 comentário:

Anónimo disse...

Sabes que eu gosto quando ela chega assim da escola? esmurrada, suja, pintada,

Um beijo aos 3