segunda-feira, julho 31, 2006

7 ANOS


Quando olho para trás, o tempo parece que correu. Sete anos... E no entanto parece que foi ontem que me levantei da cama, por já não conseguir estar deitada, e me sentei no sofá, pronta para mais um dia de espera. Há dez dias que te esperava. Há dez dias que auscultava a minha barriga em busca de sinais, mas parecia que tão cedo não ias nascer...

A primeira contracção foi assim uma dorzinha leve na barriga, acompanhada de um ligeiro aperto. Mas eu senti-a. Estava mais que atenta aos sinais. E quando, passados uns 10, 15 minutos, voltei a sentir a mesma coisa, o meu coração alvoroçou-se. À terceira tive a certeza que sim. Ias nascer.

As mães são terríveis nestas coisas, pelam-se por relatar aqueles momentos únicos do nascimento. Para não vos sobrecarregar com esses pormenores, vou abreviar assim: nasceste rapidamente, às 19 horas e 12 minutos. E nunca mais vou esquecer aquela sensação de dor intensíssima (provocada pelo uso de fórceps), logo seguida de um enorme alívio e do teu corpo que eu recordo como uma bola cor de rosa na minha barriga. Não te vi bem, estava sem óculos. Mas senti-te e ouvi o teu choro. O teu pai foi o primeiro a pegar-te, e trouxe-te até mim, já vestidinho. Lembro-me dos teus olhos de chinezinho a olharem para mim com uma curiosidade inesperada. Lembro-me das tuas mãos de unhas compridas. É como uma fotografia, a lembrança destes momentos.

E passaram sete anos... Cresceste rapidamente. Principalmente nos últimos tempos. Onde se nota mais o teu crescimento é no corpo e nas habilidades que fazes com ele. Correr, saltar, equilibrares-te, todos os dias aprendes novos jogos, novos saltos, novos movimentos. Dás cambalhotas, sobes, penduras-te, atiras-te lá do alto, e a cada passo ganhas confiança e segurança em ti e nas tuas capacidades.

Continuas a ser um pouco tímido, não gostas ainda de grandes confusões nem de competições desenfreadas. Mas mesmo nesse campo estás a progredir e aventuras-te cada vez mais. Já te misturas com os teus amigos na hora de jogar à bola, e apesar de ainda não te sentires muito à vontade na corrida cheia de encontrões pela posse da bola, já não desistes tão facilmente. E mesmo quando desistes, rapidamente substituis o jogo por outro, e vais em busca de outras actividades com outros meninos.

Nunca foste uma criança agressiva, e isso às vezes faz-te sofrer um bocado. Continuas a manifestar algum mal-estar quando os teus amigos são maus para ti, e não és capaz de lhes responder na mesma moeda. Também aí acho que fizeste progressos. Estás mais respondão e um pouco mais agressivo quando te provocam, sem ser demasiado nem entrar em choque. Rejeitas sempre a agressividade, mas já não te refugias tanto na passividade. Estás mais activo.

Voltaste a ser a criança sociável que eras no teu país, e até a superaste. Não há dia no parque que não metas conversa com outros meninos e não acabes a brincar com um novo amigo. Estás na idade das exibições. "Watch me! Watch this! Watch my jump!"

E nem é preciso falar em tudo aquilo que aprendeste e desenvolveste nestes quase dois anos de vida no estrangeiro. O modo extraordinário como te adaptaste a uma nova língua, a uma nova escola, a um novo contexto de aprendizagem, a novos amigos e professores. E depressa te tornaste em "a great asset to his class and to our school", nas palavras do headteacher da escola. É sem dúvida a maior compensação que poderias ter, depois dos momentos difíceis que atravessaste.

Estás a crescer e eu a sentir o tempo a escorrer-me entre os dedos. Mas ao mesmo tempo a olhar-te e a adivinhar já o que vais ser. E como vai ser bom ver-te crescer e estar ao teu lado. Já não és o bebé que foste, que saiu de mim neste dia. Já quase me chegas ao pescoço. E chegarás muito mais alto, e muito mais longe. Em direcção ao futuro, ao teu futuro. E eu estarei sempre aqui, para te ver partir e regressar. Vai chegar o dia em que já não vou precisar de te perseguir constantemente com o olhar, nem de te vigiar atentamente os passos, mesmo de longe. Vai chegar o dia em que vais saber caminhar sozinho e sem a minha mão. E esse dia está cada vez mais perto. Não tenho pressa, mas sinto o tempo passar. Sinto como sobes todos os dias mais degraus na tua independência. Sinto como te afastas cada vez mais do bebé que foste, que cabia na minha barriga, a cada ano que passa. Sete anos. E parece que foi ontem...

MUITOS PARABÉNS, MEU AMOR !!!

8 comentários:

Alex disse...

PARABENS !!!

Ao teu heroi e a ti Mãe.
7 anos passam assim não é Papu?
Uma noite feliz.
Um dia muito bom para ele.

Anónimo disse...

Lembras-te, Papu, onde fizeste 7 anitos? Foi na ilha do farol. E hoje és tu mãe de um menino que faz 7 anos, como o tempo passa depressa... MUITOS PARABÉNS! Está lindo o que escreveste para o teu filho no dia dos anos, beijinhos.

B-Good disse...

Parabéns, Mamã! Tás 7 anos mais experiente, com uma sabedoria que só quem é mãe tem o privilégio de ter. Goza bem o dia e beijinhos ao filhote

Alex disse...

Bom diaaaaaaaaa :-)


Palavras bonitas para guardar, se possível num sitio especial, onde não se perca, para que um dia mais tarde ele possa ler.

Um dia voam.
E até esse dia chegar, porque nem quero pensar nisso por agora, é nossa missão prepará-los da melhor forma que soubermos, dando-lhes amor, ensinando-os a defenderem o seu pequeno GRANDE mundo, a enfrentar os desafios, a lidar com as dificuldades.

Um filho é uma BENÇÃO.
Ainda hoje dou por mim a pensar que somos muito abençoadas pelos filhos que temos,

custa muito imaginar o futuro deles no mundo como está hoje, resta ter esperança Papu.

Muitas FELICIDADES

Estou louca para te dar um abraço mal pises o aeroporto de Lisboa.

Um dia feliz para TODOS.

Miduxe disse...

Parabens, Parabens, Parabens! Está um belo rapagão;Bjs

papu disse...

Obrigada a todos e beijinhos :)))

Anónimo disse...

Que bolo tão bonito que a mamã fez ao seu menino!!!

Alex disse...

muito bonito mesmo ~:-)

Passaram bem o dia?
Fotos, queremos ver as fotografias!