terça-feira, setembro 12, 2006

O DIOGO

tem uma faceta anti-social. Fico sempre a olhar para ele, nessas situações, e às tantas acabo por me rir. Quando está a brincar no parque, imaginemos, no escorrega ou na roundabout, e quando outras crianças, naturalmente, se juntam no mesmo espaço que ele, ele, pura e simplesmente, amua.

Mas é um amuanço digno de se ver: pára, franze o sobrolho, faz um trejeito com a boca, tipo beicinho, sai de onde estava com uma cara de poucos amigos, cruza os braços no peito e olha para mim como que a pedir a minha intervenção.

Eu digo-lhe as coisas do costume: "Ó filho, então, o que se passa? Então, mas os outros meninos também querem brincar! Isto não é só teu, querido, é para todos os meninos brincarem... Olha, a menina se calhar até quer brincar contigo, vai lá..." Mas é tudo em vão. Ele continua com a sua casmurrice obstinada.

Às vezes, quando está a subir o escorrega, e vem outro menino atrás, ele pára, olha para trás, e começa a descer! Desce, desce, o outro lá se encolhe como pode e ele passa para trás dele, e aí sim, lá vai outra vez escada acima... pois, pronto, não gosta de ter ninguém atrás dele... está visto que é isso. Não sei se terá a ver com algum complexo na construção da sua identidade masculina, não sei. Mas que me lembre, o David nunca teve esta mania ;)

Prefere de longe brincar sozinho do que acompanhado. Às vezes os outros meninos "assustam-no" (é a expressão que ele usa) e foge deles. Mas se, por acaso, as outras crianças não se afastam dele e começam a brincar com ele, delira. Foi o que aconteceu no outro dia no parque. Apareceu um menino atrás dele e ele fugia, fugia... só que o outro foi atrás dele, e então a brincadeira atingiu proporções excitantíssimas! Andava ele a correr parque fora, com uma cara de contentamento que nunca lhe tinha visto com outras crianças, e ficou tristíssimo quando tivémos de vir embora.

Quer dizer: a insociabilidade dele é, quanto a mim, sinal de alguma insegurança e falta de à vontade com os estranhos, o que pode ser ultrapassado com alguma paciência e persistência. Nada que eu própria não tenha em doses consideráveis e até mais alarmantes. E como se costuma dizer, quem sai aos seus, não degenera... (ou qualquer coisa do género...)

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