quarta-feira, novembro 22, 2006

SOU

mãe-galinha mais por distracção do que por convicção.

Continuo a cortar a carne no prato do David, até que dou por mim a pensar, que disparate, ele já tem sete anos! Às vezes é mais prático sermos nós a fazermos as coisas, tais como pôr manteiga na torrada ou o chocolate no leite, porque é mais rápido e estamos sempre à pressa, até que os protestos deles nos acordam: "Eu quia pôl o chocolate!" Pois é, mãe, pára lá com essa mania de querer fazer tudo! É mais prático levar-lhe a colher à boca, pois é (ao mais novo) mas por causa disso olha no que deu! Não posso ter uma refeição em paz, e comer tranquilamente com eles, porque sua excelência se recusa a comer sozinho!

Não, basta. Há um dia em que não podemos ceder mais a esta chantagem (porque é o termo apropriado. O choro desconsolado e descontrolado é mesmo com esse fim: pura chantagem emocional. E vamos cedendo, vamos tolerando, mas chega uma altura que temos de parar. Eles não podem mandar lá em casa. Acabou).

Por outro lado, um dia damos por nós e praticamente não temos ordem de ver televisão. Não é que isso nos faça grande mossa, que até preferimos a televisão desligada. Mas, caramba, ter de haver birra todos os dias porque às oito queremos ver as notícias ou porque queremos apagá-la na hora do jantar - é demais. Não. Eles não podem mandar lá em casa.

E depois não sabem comportar-se à mesa. Se são contrariados fazem birras enormes, portam-se mal, não querem comer, são mal educados... Vamos à biblioteca e eles não sabem comportar-se, digo-lhes uma e duas e três vezes para pararem e não me obedecem. Durante os primeiros anos somos tolerantes porque eles são bebés, mas já não são. Têm de crescer. Têm de aprender a comportar-se, nem que seja à custa de choros desalmados. Às vezes acho que se calhar fui demasiado tolerante. Não sei. Mas sei que a partir de agora já não vou sê-lo.

Estes dias têm sido um inferno, alternado com periodos de acalmia. Já não posso ouvir o Diogo chorar cada vez que tem de comer a sopa sozinho. Já lhe disse que não lhe volto a dar a sopa porque ele já é crescido. Tento salientar apenas os aspectos positivos do crescimento dele, mas às vezes é impossível. Têm havido choros e birras constantes por lhes limitar o tempo em frente à televisão e pelos castigos que sucedem aos maus comportamentos. Acho que eles estão a estranhar, mas tem de ser. Não me posso desculpar com a falta de tempo ou com a pressa ou com o raio que o parta. Eu sou a mãe deles e o meu papel é educá-los. E educar às vezes é sinónimo de punição. Com amor, sim, mas com firmeza.

8 comentários:

CLS disse...

Mas manter essa firmeza custa um bocado, não custa? Eu tb tenho tido dessas brigas à mesa, mas não cedo, se ela não come sozinha, não come, ponto. E, às vezes, apanho-me a dizer-lhe as mesmas coisas q a minha mãe me dizia, na altura dos ralhos e castigos :o
Custa, mas temos q ser duras! :)

LP disse...

Custa tanto e eu estou a sentir que tenho de começar a ser mais dura com o mais velho...

Kate disse...

Quando é necessário tomar medidas em relação a eles, dou por mim muitas vezes a pensar se estou a ser demasiado branda ou demasiado exigente.

No geral, acho que tenho de ser exigente (qb), mas eles ultrapassam tantas vezes os limites do razoável que passo a vida a repreender as mesmas coisas. É que, às tantas, já não há paciência que aguente e aí, ou fecho um bocado os olhos, ou então desato aos berros.

Não é fácil manter a firmeza, como a cls diz...

Alex disse...

ai Papu

amor e firmeza, firmeza e amor é dificil aplicar ... .)

As coisas acalmam ... vais ver ...

Estão melhores das "gripes" ?
Beijocas

papu disse...

Custa custa custa muito! Tanto! Principalmente quando eles ficam num pranto porque não podem jogar ou ver televisão por estarem de castigo. E quando os castigos se sucedem ainda é pior...

Mas caramba, temos de reagir de alguma maneira quando eles se portam mal! Se não reagirmos estamos a autorizar o comportamento. E não pode ser. Não, não pode ser. Acho que já errei demasiado em deixar passar muita coisa. Não deixo passar mais.

E conjugar o amor com a firmeza é difícil, sim, mas não é impossível. A maior dádiva, a seguir ao amor, é a disciplina. Acho que nunca entendi tão bem esta frase.

Obrigada pelos vossos comentários :)

Rita Quintela disse...

Educar é uma missão...

Anónimo disse...

Às vezes apetece-me adoptar o método de educação dos filhos do sr. Prudêncio Pimentão Ruivo!!!
Beijinhos,
Pedro

Anónimo disse...

E tens toda a razão!
Força! Educar é assim mesmo.