terça-feira, março 13, 2007

AGORA É A VEZ DA MÃE (DONA DE CASA DESESPERADA) TER A PALAVRA

Aquela história de que é suposto acompanhar as criancinhas enquanto vêem televisão, a fim de lhes proporcionar a oportunidade de ir falando (e integrando) as emoções que são despoletadas pelo que estão a ver, e de que tal e coiso, devemos supervisionar as horas que eles passam em frente do monitor do computador, para termos a certeza de que são passadas em actividades lúdicas e/ou pedagógicas adequadas à faixa etária, e de que estão a salvo de conteúdos eventualmente prejudiciais ao seu desenvolvimento emocional, e ainda prevenir que o eventual uso de tais facilidades tecnológicas não descambe em abuso, e mais assim e assado... não passa disso mesmo, de uma bela história para entreter anjinhos, não é? É que convém que não esqueçamos de que também é suposto dar-lhes banhos todos os dias (ou supervisionar, quando já são mais crescidos), ajudá-los nos trabalhos de casa, ler-lhes histórias quando eles nos pedem e ainda não sabem lê-las sozinhos, dar-lhes toda a atenção dos nossos dois ouvidos e ainda mais a do coração quando nos querem contar as suas histórias ou mostrar-nos a última façanha que aprenderam, e no fim do dia, no momento máximo de comunhão familiar, sentá-los todos à volta da mesa enquanto partilhamos calmamente a refeição... qual refeição? Só se for para olhar para os pratos vazios, porque quem é que entretanto fez o jantar? A fada madrinha?

É isso e aquela de que não os podemos deitar na nossa cama, e blá blá blá, se eles acordam a chorar devemos ir para perto deles e assegurar-lhes de que estamos ali, que os amamos muito (isto sem lhes tocar, de preferência. Ora aqui está uma coisa que nunca entendi, como assegurar criaturas de meses de que os amamos muito sem os abraçar), explicar-lhes que são horas de dormir e não de brincar e que eles têm de voltar a dormir, isto dito com uma voz calma e tranquila, mesmo que a desgraçada da criancinha esteja num pranto audível a três quarteirões de distância. E voltar a repetir a lengalenga de cada vez que ela acorda até ela voltar a adormecer. Está bem, abelha. Não falta aí nada? E nós quando é que dormimos? Ou isto é algum special training para zombies?

6 comentários:

Kate disse...

Cá para mim, o segredo está no equilíbrio entre o NÓS e o ELES. Mas é mesmo segredo, porque eu ainda não o descobri ;)

LP disse...

Pois é. São as tais regras de bem educar que nos inundam...

(isto seria tema para o outro cantinho, não?)

Mãe Bisnaga disse...

Eu faltei à aula do que não era suposto tratar quem saiu de dentro de mim como tal e evitar o contacto. Ou se calhar até tivelá mas não liguei ao que disseram... Como tal sempre lhe dei o maior contacto fisico necessário e se ele precisar de um abraço leva dois.
E não há quem me tire as manhãs com ele nem quando ele acorda a meio da noite e me diz "a tudar?" com aquela voz ensonada e torna a cair para o lado... faz um bom intervalo de estudos e traz-me uma paz e um sossego interior que nem um Prozac me dava.

Edelweiss disse...

Não há dúvida, quem escreve essas teorias de certeza que tem empregada doméstica a tempo inteiro! Assim pode dedicar-se a acompanhar as crianças a 100%...

Alex disse...

é por essas e por outras que volta e meia andam pés descalços a meio da noite corredor fora. Quem é que me vai dizer que não posso dormir com a minha filha numa noite de pesadelos? Levanto-me às 6 da manhã, quanto vale uma noite mal dormida em comparação com uma noite muito mais sossegada e tranquila apenas porque estamos ali?

"ai não a habitues ao colo",
"ai, nao lhe mistures as frutas todas",
"ai, não a deixes ver televisao" .


Ai a gaita para os manuais de instruções



Beijinhos Papu

CLS disse...

Eheheh, apoiado a 100%.
;)