sábado, junho 16, 2007

Aula de anatomia

Enquanto a mãe está no banho, o Diogo está sentado na sanita.

«Mamã, puqué que às vejes o xangue escorre?»
«Quando fazemos uma ferida?»
(Ele ontem raspou o joelho e fez um arranhão que sangrou um bocadinho. Não foi nada, mas para ele foi um acontecimento.)
«Xim.»
«É porque a pele abre-se e as veiazinhas pequeninas rompem-se e sai um bocadinho de sangue...»
«E dipois náxem veias novas?»
«Não, mas as veiazinhas que se romperam ficam outra vez como novas, e no sítio da ferida nasce pele nova...»
«... E mamã, o noxo côpo tá em todo o lado?»
«Em todo o lado? Em todo o lado como?»
«Xi o nosso côpo tá em todo o lado?»
«O nosso corpo está onde nós estamos... o nosso corpo é a nossa cabeça, e as pernas, e os braços...»
«É ixo qui eu tou a dijêl!»
«Ah, sim, filho, o nosso corpo é tudo, a cabeça, as pernas, a barriga, os braços...»
«Eu penxava qui éla a baliga...»
«A barriga é uma parte do corpo...»
«E puqué que a baliga não tem esculeto?»
«Porque é que não tem ossos? Aqui na parte da frente da barriga não existem ossos... mas atrás, nas costas, já existem, e aqui em cima são as costelas...»
«E nas maminhas também há oxos?»
«Nas maminhas? Não, na parte assim mole não, mas atrás são também as costelas...»

Entretanto o banho acaba, eu saio da banheira e ele começa a rir, como sempre acontece quando me vê nua.

«Do que é que te estás a rir?»
«Das maminhas!»
«Ai é? As maminhas têm graça?
«Xim!»
«Porquê?»
«Puque xão wobbly e wiggly!

:P :D

1 comentário:

Alex disse...

hehehehehe


Demais.
Ouve lá.
Quando é que tu vens?