quinta-feira, novembro 12, 2009

A professora da segunda classe

Até àquele dia em que a minha professora da segunda classe, olhando-me com gravidade, decretou que não podia ser. Este não é o teu nome, disse, apontando a pequena palavra de quatro letras com que eu assinava os desenhos e os pequenos textos que escrevia. Era assim que toda a gente me chamava, mas aquele não era o meu nome. A partir de hoje, vais passar a escrever o teu nome como deve ser. Eu deixei cair os olhos para o chão, envergonhada. E obedeci, claro. Obedecia sempre. E passei a escrever sempre o meu nome, Gabriela, seguido dos dois apelidos. Ninguém dava pelo erro. Só eu.

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