domingo, abril 18, 2010

E também a tinha a saltar. A ferrugem. As teias pacientes das aranhas. O tempo. O desespero. O feitiço de uma bruxa antiga, que para sempre prendeu as asas e a alma das vidas e das mortes, dos dias e das tempestades, das angústias que trovejavam em peitos náufragos. Que aprisionou a luz dentro de pedras de brilho raro, para assim tentar a ousadia dos homens e das mulheres sem imaginação. Mesmo petrificadas, as asas ainda voam e as vozes gritam nas cores paradas, gastas, sem brilho, porém com a vida toda nas estórias que nos sussurram, não vá a bruxa acordar. E com ela o tédio da realidade.

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