A mulher assustou-se.
Compreendeu que vivia à espera de uma desgraça, um cataclismo; à espera de algo que lhe permitisse por fim derramar as lágrimas.
As lágrimas que tinha engolido.
O sinal de perigo há muito que a acompanhava.
E do outro lado, a solidão.
A solidão de não poder dar as lágrimas a ninguém.
Só o silêncio. E a mentira. A mentira que era.
A mentira que se tornara.
Agora via que era uma atriz de categoria.
A vida inteira a ser quem não era.
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