sábado, novembro 27, 2010

Amores proibidos

O amor só é impossível quando não se pode expressar. Quando se torna perigoso vivê-lo e dá-lo a quem amamos. O amor torna-se impossível no gesto de auto-proteção. Quando o objeto do nosso amor perverte as leis desse mesmo amor. As leis do amor começam por ser simples. Amar é dar, nunca exigir. Amar não tem nenhuma segunda ou terceira intenção. O amor basta-se a si próprio. O amor é o alimento da alma. O amor só existe, porém, quando vê a outra pessoa. Quando a vê e respeita como entidade separada. Nos primeiros tempos de vida isto não é possível. Amar o próprio e amar o outro são então uma e a mesma coisa. Contudo, o amor não nasce de geração espontânea. O amor é secundário a ele mesmo. O amor nasce da dádiva desse mesmo amor, numa época em que não sabemos ainda que existimos, nem que existe mundo para além de nós. O amor tem essa função milagrosa de nos dar a conhecer a nossa pessoa e o que existe para lá dela. O amor será então o espelho onde nos miramos, nesse tempo primordial. Com o tempo, vem a consciência de nós. A consciência dos outros e do mundo. É na troca com o mundo que o amor se edifica. A troca pode, no entanto, ser trágica, e ter um preço muito alto. O preço é a alienação, e a impossibilidade do amor.

1 comentário:

Alex disse...

Para amar não são precisos 2.
Gostei de o ler nas tuas mãos,

ao Amor.