Tem dias em que se deixa afogar, exausta. A casa naufraga com ela: o lixo nos cantos, os livros no chão, o pó a tecer alergias nas paredes. Nesses dias não consegue mover-se, como se o peso inteiro do mundo a esmagasse.
Depois há um dia em que acorda, aspira o pó, enfia o lixo nos caixotes, enche as paredes de fotografias e o peito de ar.
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