sexta-feira, outubro 14, 2011

Mais poesia (2)


(imagem retirada da net)


Caminhamos na estrada do tempo sem olhar para trás.
Atiramos pedras ao rio sem as ver cair.
Ateamos flores nos caminhos e deixamos o sol aceso
para as matar.
Andamos sem pés,
bebemos de um trago o elixir das horas mortas.
Nas horas mais difíceis, acendemos a televisão
e morremos de tédio
ou de um tiro de canhão.
Nas horas vagas contamos carneirinhos,
cortamos as mãos em copos de vinho.
Nas horas do amor acendemos corpos abandonados,
gememos fúrias nas bocas esmagadas.
Mas esquecemos as mãos na poça de vinho.


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