domingo, janeiro 13, 2013

Palavras proibidas


As palavras dela chamavam o vento, enfureciam os mares e escureciam os céus. Incendiavam as matas, atiçavam as feras, convocavam os demónios e enfraqueciam os espíritos. Faziam ferver o sangue nas veias dos incrédulos, alteravam o ritmo cardíaco dos mais fracos, congestionavam as vias respiratórias dos asmáticos. Convulsionavam o centro da terra, provocando tornados e maremotos, derrocadas e terramotos. Acordavam vulcões adormecidos, e até, quem sabe, podiam detonar cataclismos nucleares. Por isso, fez a única coisa que havia a fazer. Calou-se para sempre.

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