Segunda feira de manhã. Levantar da cama às 7 e qualquer coisa, que a preguiça prende-me sempre aos lençóis mais uns minutos. Descer depois de um banho rápido, com a cabeça molhada. O David jé se levantou, o Diogo ainda dorme. Como hoje o pai esteve de folga, pode ficar a dormir mais um bocadinho.
Tomar o pequeno almoço e insistir para o David comer: "Então, já bebeste o leite? E comeste a torrada? Não queres mais nada? Come mais qualquer coisa, vá!" Trazer a roupa dele para baixo, calções azuis e t-shirt branca "vá, despacha-te, toca a vestir!" Por fim lá saímos. Fugimos ao trânsito e num instante chegamos à escola. Há muito tempo que já não há caras tristes nem queixas de dores de barriga. Agora caminha ao meu lado com um passo decidido e junta-se à fila das outras crianças de rosto animado.
Fico sempre a vê-lo entrar na sala, no meio dos outros meninos e meninas todos vestidos mais ou menos com as mesmas cores. Hoje o sol espreita, tímido, e fico a olhar para ele, para a escola, para a paisagem em redor, verde de árvores e relva, e penso em como o tempo passou depressa. Sete meses. Já aqui estive antes, tantas vezes, debaixo de uma chuva miudinha, vestida com casacos e camisolas de lã e a tiritar de frio, a sentir o vento gelado nos ouvidos, algumas árvores nuas de folhas e poças de água no chão. Já vi esta paisagem toda branca da neve que este ano se fez tardar mas lá nos visitou em fins de Fevereiro, para alegria das crianças, e ainda tenho nos olhos a imagem dos telhados e das ruas todos brancos, e dos borrões de neve a cair silenciosamente do céu e a pintar as árvores com o branco das nuvens.
E sabem uma coisa? Parece que foi há séculos... E afinal só passaram quase meia dúzia de meses! E por outro lado às vezes parece que foi ontem, quando saímos do avião naquele dia cinzento; está tudo tão perto e tão longe ao mesmo tempo... É o tempo, pois é. Sempre a pregar-nos partidas.
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