sábado, setembro 17, 2005

BRINCAR ÀS GUERRAS

- Oláli oláli a pixôa! Vamo ribentáli!
- Booouuummm! A bomba explodiu!
- Vamo matáli a pixôa!
- Pum! Pum!
- Agola vamo matáli aquêli xinhôli! Vamo matáli aquêli xinhôli!
- Ai! Ai!
- Ola! Ola! Vamo ribentáli! Pum!
- Rebentou!

(Ok, se calhar jogam e vêem jogos de computador a mais, se calhar também vêem televisão a mais, mas relaxem, não se preocupem, porque a fantasia é mesmo para se viver e fazer tudo aquilo que não nos atrevemos a fazer na realidade, e a infância é o reino da fantasia, onde se pode matar, morrer, e ressuscitar com um beijo. A morte não me assusta, o que me assusta é não viver a vida. A morte e a vida na boca e nas brincadeiras dos meus filhos é a prova irrefutável de que eles estão vivos e a sua fantasia também. Se não brincassem às guerras, se não matassem e morressem, se não inventassem com os dedos e outros objectos pistolas e armas é que eu me preocupava. Porque quem faz as guerras são aqueles que se calhar nunca puderam brincar com armas na altura certa, na infância, e em adultos a brincadeira torna-se séria e terrível precisamente porque real, nunca sonhada nem fantasiada).

1 comentário:

Armanda disse...

Concordo com tudo !!!