domingo, novembro 06, 2005

66 ANOS

faz hoje o meu pai. Nos anos longínquos da minha infância chamava-lhe paizé, assim, uma só palavra, que era como os meus ouvidos entendiam e como eu acreditava ser o nome dele. Os meus filhos, hoje, chamam-lhe avô Zé (avô Jé para o Diogo).

Quando éramos pequenos, eu e o meu irmão, adorávamos desenhar com as canetas dele. As canetas eram sempre de boas marcas, escreviam muito bem, e faziam as nossas delícias. Mas é claro que nem sempre tinhamos acesso àquelas maravilhas, nem a todas as que cobiçávamos, pois como eram o seu instrumento de trabalho, ele tentava mantê-las fora do alcance das nossas mãos traquinas.

Lembro-me de uma vez, devia ser o segundo ou o terceiro dia de escola no Colégio Moderno, para aí com uns 4 anos, ter ficado a chorar porque não queria ficar na sala. Então ele deu-me uma das suas preciosas canetas e disse-me que era para eu fazer os desenhos. Ao que me lembro calei-me e fiquei toda orgulhosa com a minha prenda na mão. Fiz alguns desenhos com aquela caneta e lembro-me do interesse das outras crianças por ela, acho que perceberam que era um objecto especial, de modo que todos queriam desenhar com ela e eu lá tive de a partilhar, um pouco contra a vontade.

E, acreditem ou não, aquela caneta fez-me companhia durante o resto do dia.

Parabéns, Paizé!

2 comentários:

Pim disse...

Primeiro parabéns ao teu papi; em segundo, queria apenas comentar que só agora fiquei a conhecer Lenine (que vergonha não ter descoberto antes...) e foi à conta do teu blog. Fiz, entretanto, download do álbum «Na Pressão» e o certo é que não consigo parar de ouvir... Até a Maria Rita gosta, ehehe, fica encantada com o «Paciência». Diga-se que o pai também... ;)

papu disse...

Vocês são tão queridos! Obrigado a todos!
:)