porque senão acho que matava alguém (juro!)
Tínhamos uma entrega de um fogão marcada para a tarde, a hora incerta entre as duas e as seis. Como as entrevistas com os professores eram à uma e meia e às dez para as duas, e queríamos ir todos, telefonámos ontem para a loja a informar que só estávamos em casa a partir das duas e meia (não fosse o diabo tecê-las!).
Hoje levantámo-nos tarde (leia-se, por volta das nove e meia, eu, que eles nem sei a que horas vierem cá para baixo ver televisão) e estávamos assim nas calmas, a engonhar, eles a jogarem e a ver televisão, e eu sentada no sofá, enroscada no Diogo, quando, nem sei bem porquê, lhe olho para a cabeça e vejo uma coisa branca entre os caracóis. Vejo melhor, junto as mãos aos olhos, e percebi o que era - uma lêndea. Era meio dia e vinte.
Desespero total. Bem, mas ainda temos uma hora. Cortar o cabelo com o pente um e metê-lo na banheira demorou meia hora. Varrer os cabelos do chão, mudar de roupa. Despachá-los para se vestirem (eu não quero estas calças! Eu quero outra camisola! E os minutos a passarem e a minha cabeça a ferver).
Bem, à uma e vinte e cinco estávamos a entrar na escola. Lá, foi a baba do costume. Só elogios, tanto de um como de outro. É incrível as coisas que eles fazem na escola. Não param de nos surpreender.
Seguidamente fomos à farmácia comprar Hedrin, que é uma mixórdia gordurosa que se põe nos cabelos para os piolhos escorregarem por eles abaixo e assim nos deixarem as cabeças novamente sãs.
Chegamos a poucos minutos das duas e meia, e tínhamos um papel no chão, à entrada, que tinha sido enfiado na caixa do correio pelos homens do fogão, que já cá tinham estado às duas e dez! Mas que raiva!
Depois de montes de palavrões chamados aos homens e à mulher da loja e a este país em geral, onde isto é apenas uma amostra da qualidade dos serviços, lá se telefonou para a loja. Depois de algum esforço, lá vieram os homens com o fogão e o técnico do gás para o instalar.
Agora a parte piolhos dois. Quando cheguei a casa, vi a cabeça do David, onde encontrei mais uma lêndea. Que maravilha! Recomeçar tudo de novo. Cortar o cabelo rente, metê-lo para dentro da banheira, varrer os cabelos, que é praticamente tarefa impossível. Logo à noite, temos de nos besuntar as cabeças naquela mistela, e amanhã, lavá-las pela manhã, bem como aos lençóis e às fronhas. A minha, também, pois claro, que nem quero pensar na hipótese de ter os bichinhos a passearem-se, todos contentinhos, pelos meus longos cabelos. Bela pessegada, hein?
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