sexta-feira, dezembro 12, 2008

Nice and cool

Hoje não é domingo, mas é como se fosse. O frio lá fora escorre pelas paredes e pelos vidros das janelas a transpirar, e cá dentro, apesar do calor, há partes de nós que ficaram congeladas. Outras em ebulição. A começar pela febre, primeiro do mais novo, agora do mais velho. A febre sobe-lhe em pico e ele quase delira: grita, chora, num sofrimento angustiante. Eu seguro-lhe nas mãos e faço-lhe festas nos braços até se acalmar. Eu também delirava quando era pequena e tinha febre alta (não me lembro, claro; mas sei que sim). Depois de passar, vem para baixo mais bem disposto e diz que está nice and cool, porque foi molhar a cara com água. E realmente, parece outro.

Nice and cool estava ele anteontem, quando o fui ver representar. Todos os anos fazem uma peça de teatro e este ano todos os da sala dele eram animais da selva. Ele era um urso. O show estava demais. Aliás, é sempre assim. Os miúdos cantam e representam com uma espontaneidade surpreendente. O David este ano estava mais nervoso. Não olhes para mim, disse-me com ar muito sério. Depois, durante o espectáculo, dei com os olhos dele à procura dos meus. Os olhos dele denotavam algum mal-estar e cansaço. Pensei que fosse o mal-estar provocado por estar em palco com mil olhos em cima, mas acho que já era a gripe (ou que raio é isto). Ontem, uma hora antes do show, percebi que estava quente e o termómetro não me desmentiu. Resultado: não pôde ir (a selva ficou com um urso a menos).

Vá lá, passa depressa, que eu já não estou habituada a isto. (É a primeira vez que adoecem este outono. Aliás, já não me lembro da última vez que estiveram doentes. Isto é bom sinal, não é?)

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