sábado, maio 16, 2009

Na piscina 6

Ontem fomos todos para dentro de água. Os miúdos agora têm aula um a seguir ao outro, e é uma seca estar tanto tempo à espera, como se estivesse na sauna, a olhar para a água com a língua de fora. Foi uma alegria. O tempo passou a correr, entre mergulhos, saltos e gargalhadas. Mas o melhor mesmo foi andar na cobra. É um escorrega gigante, um tubo fechado, que vem lá de cima até cá abaixo, numa inclinação suave, ao menos é o que parece. Para se chegar lá acima sobe-se uma escadaria em caracol, ao mesmo tempo que as pessoas, cá em baixo, ficam do tamanho dos dedos da mão. Cheguei lá acima com aquela sensação estranha e familiar que sempre me acompanha nas alturas, e quando olhei para a entrada do escorrega e vi aquela água toda a jorrar como se de uma fonte se tratasse, tive o pressentimento de que aquela não era uma boa ideia. Ainda assim, lá me enfiei por ali, antes do David, que isto de ser mãe galinha tem destas coisas, eu sempre à frente que é para reconhecer o terreno. Mal me sentei e me deixei escorregar fui acometida pela aflição de sentir o corpo cair no vazio a uma velocidade estonteante, sem nada a que me agarrar, o coração de repente entalado na garganta, enquanto o corpo baloiçava vertigionosamente contra a lei da gravidade. Quando aterrei cá em baixo estava tonta e apenas pensava no meu rico filho que, coitadinho, depois daquela sova deveria sair dali aterrado e a tremer por todos os lados. Mas afinal ele saiu de lá com os olhos  brilhar e a dizer que queria mais. E foi. Eu é que não. Já não tenho idade para estas adrenalinas.

Sem comentários: