sábado, julho 11, 2009

Falar do tempo

Muita gente (e eu também um pouco, pelo menos até há cinco anos atrás) associa o falar sobre o tempo à falta de assunto. Quando não sabemos o que dizer, comentamos a meteorologia. Quando nos faltam as palavras, olhamos para o céu, e, graças a ele (aos céus) há sempre muitas nuvens, ou um sol radioso, ou ventos e brisas para nos trazerem resmas de palavras e ideias prontinhas a usar numa conversa casual. Para outras pessoas, falar sobre o tempo pode ser até divertido e prazeroso, uma forma de passar o tempo e ir prolongando as boas vindas numa agradável cavaqueira.
Eu, confesso, até vir para aqui considerava o comentar a chuva ou o vento que fazia uma forma de preencher silêncios que, às vezes, me enfastiava. Se não têm assunto porque não ficam as pessoas caladas?, costumava perguntar aos meus botões. Mas eu sempre fui assim, considero o silêncio uma virtude e não um defeito. Enfim. Quando vim para aqui tudo mudou. É que num país como este em que o estado do tempo é completamente imprevisível, falar sobre ele não revela simplesmente falta de assunto, pelo contrário: ele é o assunto principal, a maior parte das vezes. E sim, passamos uma boa parte das conversas a dissertar sobre ele, porque realmente ele nos transtorna a vida. Um dia de sol deixa de ser uma coisa secundária para se tornar em algo por que se anseia, uma espécie de benção, de milagre.
Se calhar estou a exagerar. Mas ver o verão de súbito interrompido por um outono carrancudo é das piores coisas que há, asseguro-vos. Principalmente hoje, quando completo 39 verões, e tenho lá fora um céu de chumbo. Assim meio esbranquiçado, mas ainda assim, chumbo, nem que seja pelo peso que me deixa em cima dos ombros.

(Também não sei se é de estar mais velha, mas falar sobre o tempo já não me parece um aborrecimento e uma futilidade como nos verdes anos, mas antes um sinal de aprazível harmonia com o mundo e sua expressão - porque de facto o tempo é algo que nos afecta muito mais do que imaginamos, e às vezes só damos por isso quando nos deparamos com uma infinita sucessão de céus cinzentos. E assim, acabamos a falar do vento, das nuvens, das chuvas e do sol, das tempestades e das neves, das estrelas e das comoções celestes para falarmos de nós e dos nossos mundos mais íntimos. É tudo uma questão de perspectiva, afinal).

5 comentários:

mina disse...

PARABENS, Parabéns pelo dia de hoje! Nasceste num dia cheio de um sol quente, muito límpido, muito luminoso, lindo, lindo como tu, minha querida menina.
Beijinhos cheios de saudades e um bocadinho triste por não estar ao pé de ti.

Guida disse...

Parabéns Papu! Um bocadinho atrasados,é certo, mas só soube quando vim "cuscar" o teu blog.
Que faças muitos, felizes, cheios de saúde e alegria. E que nem o tempo (atmosférico) te consiga tirar a alegria de ir fazendo sempre mais um!
Beijinhos para todos e um especial para ti.
Guida Alves Varela

CLS disse...

Muitos Parabéns!(ainda estou dentro do prazo, não?)
Espero que tenhas passado um óptimos dia, cheia de mimos dos teus homens!
Um grande beijinho.

Rita Quintela disse...

Parabéns atrasados! (Não tenho emenda)
Eu gosto de falar do tempo. Aveiro deve ser um bocadinho como isso aí.

Lelena Lucas disse...

Então foi seu dia! Muitos bons pensamentos para essa minha amiga far far away, e sempre so close pelas palavras. Beijos