quinta-feira, fevereiro 04, 2010
Mentirosa
Desculpa, mas a verdade é que mentir está-me no sangue, é uma espécie de reflexo condicionado. Aprendemos a mentir muito cedo, quando ainda não distinguimos a fantasia da realidade. Quando percebemos que se damos largas ao que trazemos cá dentro as portas e janelas à nossa volta se fecham. E ficamos trancados sozinhos naquele quarto vazio. Mentimos tão bem que às tantas esquecemos que aquilo que temos como certo afinal não está certo. Já nem sabemos o que está certo ou errado. Antes, é tão fácil de saber: certo é tudo o que nos faz feliz, errado o que nos faz chorar. Aprendemos a prostituir-nos: uma palavra, ou um gesto, por um carinho, um sorriso. Aquela palavra e aquele gesto que nos exigem. Pelo afecto. Pelo amor. Fazemos tudo para evitar a rejeição. Tudo mesmo: também vale tirar olhos. Os nossos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário