quinta-feira, maio 20, 2010

Branco

Hoje o céu está branco.
Um céu branco mancha o dia de uma ténue inquietude.
Não sabes de que tens medo.
Ou antes, sabes. Continuas, porém, a fingir.
Se fizeres de conta, as coisas deixam de existir.
Como a árvore caída no meio da floresta.
É a árvore que não existe, é o som que ela fez ao cair, ou são as pequenas plantas que sucumbiram debaixo do seu peso?
Tentas fixar o olhar num ponto à tua frente. Concentra-te.
Focus.
O olhar, porém, insiste em escapar-se para um ponto lá atrás.
Lá muito atrás.
Desfocando toda a realidade.
Só o teu medo continua intacto.
Imensamente branco, como o céu por cima de ti.

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