quarta-feira, setembro 15, 2010

E não se pode fazer nada?

Todos os anos, por esta altura, começo a ler os posts do costume sobre o início do ano escolar e dos seus consequentes gastos, agudizados na parafernália, cada vez mais a roçar as franjas da aberração, de livros escolares. Está mesmo tudo maluco, pois está. Eu cá, até posso ter gastado um dinheirão em roupa para o miúdo, mas não gastei um cêntimo (nem vou gastar) em livros escolares. A única coisa que comprámos, aliás, foi uma mala e um estojo. Cadernos, a escola providencia, assim como os livros, usados, com folhas escritas e ligeiramente amarrotadas, capas encadernadas e os cantos das páginas a encaracolar. E quem é que se rala com isso? E, meus senhores doutores do ministério da educação ou de onde quer que seja, será que ainda não passou pela cabeça de ninguém fazer algo semelhante? Sim, isso mesmo: os livros são facultados às escolas, e passam de ano para ano, de turma para turma, qual é o problema? Quanto dinheiro se gasta? Quanto dinheiro se poupa? Será que ninguém sabe fazer contas? Ou só sabem fazer as contas que lhes convém?

(Ó minha gente, pais e mães neste caso, e será que não se pode fazer nada? Mesmo? E os grupos disto e daquilo que se criam no FB, as mais das vezes umas parvoeiras de atrasados mentais? E que tal usar essa energia em massa? Como? Caramba, com um boicote colectivo! Sim, não comprem livros! Recusem-se! Exijam que os mesmos sejam fornecidos pela escola! Eu, se vivesse aí, era o que fazia. Pelo menos, procurar sensibilizar as pessoas para esta alternativa, mostrando como é prática de outros países, dependendo exclusivamente da vontade dos governantes. Mãos à obra, pá!)

4 comentários:

Cláudia Morais disse...

Como noutras áreas da vida em Portugal, acredito que este também é um problema de lobbies.

papu disse...

Tenho perfeita consciência disso, e é por isso também que me insurjo desta maneira. Caramba, isto é um escândalo nacional! A quantidade de dinheiro que se gasta, logo desde a primária! E para quê? Para enriquecer editoras? As pessoas deviam parar para pensar. Queixam-se muito, insurgem-se muito, mas depois na prática não fazem nada, ou fazem pouco. Eu sei que sentem as mãos atadas. Mas acho mesmo que isto merecia um movimento de pais, de professores e de outros agentes educativos. Também tenho consciencia de que já há tantos problemas na escola, que este às vezes pode parecer pouco importante ao pé de coisas mais graves. Mas assim a coisa vai andando, e ficando. Não é pouco importante, é até muito importante. Porque o dinheiro falta a toda a gente, e depois parece que andam a gozar com as pessoas. Não cabe na cabeça de ninguém os milhares de euros que se gastam em livros. Se calhar às vezes é o desconhecimento também, ninguém conhece outra realidade, é o que sempre aconteceu, não se imagina que possa ser de outra forma. É por isso que insisto em mostrar e dar a conhecer a realidade inglesa, neste caso. O meu filho está numa escola secundária, selectiva, ainda por cima. Ou seja, uma escola para onde só entram os melhores alunos. Mas é uma escola oficial, do estado, e aí não há volta a dar: todo o material é obrigatoriamente gratuito. Quando muito levam uma régua, canetas e tesoura. Ah, e gastei 5 libras em material de desenho, que é a própria escola que manda vir. 5 libras! Há pouco dizia que não gastei um cêntimo, mas pronto, gastei 5 libras em material de desenho, o que vai dar ao mesmo. Isto é assim em todas as escolas estatais. Se é preciso conhecer outra realidade, conheçam-na, informem-se, façam pesquisas e cheguem á conclusão que o que se passa em Portugal é uma atrocidade completa. E sim, acredito que um movimento de pais e de agentes educativos pudesse virar essa realidade do avesso, apesar dos lobbies. Houvesse vontade e energia, a mesma que às vezes atravessa as páginas do FB por questões tão idiotas que até mete dó.

:-)

Anónimo disse...

Ainda agora estava a olhar para livros do 11º e 12º anos do meu João e a pensar: o que vou fazer a isto? A minha vontade era levá-los à escola onde estudou e dá-los para que os dessem a quem precisar. Mas tenho cá uma impressão que me iriam apelidar de maluca!
Realmente o dinheiro que se gasta, muitas vezes sem se poder, podia ser utilizado noutras coisas se as escolas fizessem uma recolha de ano para ano, de livros que já não servem aos miúdos e os distribuíssem a quem precisa. Mas isso dá muito trabalho...!!

papu disse...

Dá nada! ;-)

Mas ó anónimo (a): a escola não faz? Os pais que façam! E exijam que os livros se mantenham de ano para ano, para que tal seja possível. Não lembra ao diabo os livros mudarem todos os anos!

Força.