As férias do natal acabaram, e eu finalmente pude respirar. As férias de natal neste país são o mais parecido que há com um pesadelo, pelo facto de parecer que a noite não tem fim. É que, com o correr dos dias, vamos dormindo mais um pouco de manhã, ficando acordados mais um bocado à noite, até bater o record na passagem de ano, como convém; resultado: acordamos e está quase o sol a por-se. O dia acaba por volta das quatro e nós vamos enlouquecendo no meio da escuridão que não nos larga. A falta de luz traz outros efeitos, um deles é o da sujidade se disseminar mais rapidamente no espaço (não me perguntem como é isto possível; é um facto cientificamente comprovado por mim) e o de um entorpecimento maior dos músculos e agudização de dores musculares variadas; por outras palavras, o cansaço e a preguiça aumentam (também não sei explicar porquê, mas é assim. Aliás, quem é que tem vontade de aspirar a casa de noite? A luz da manhã, não sei se já repararam, é o que nos dá energia para nos levantar da cama e entrar em acção. Sem ela estamos feitos!)
Finalmente, as férias chegaram ao fim. No primeiro dia de escola troquei as saudações e comentários habituais (então as férias? férias, que férias? não imaginas as férias que tive! um stress! etc). Uma das mães contou-me que a filha mais nova, da idade do Diogo, leva o comando da televisão para a casa de banho. Isto a propósito de desarrumações e infernos familiares, e bendito regresso às aulas. E a luz, a luz volta com o ano novo. É verdade. Os dias começam, aos poucos, a esticar os braços.
A ver se respiro fundo e meto mãos à obra. Acabar a porcaria do livro é que era. Noutro dia sonhei com isso. O que é curioso é que a estória era completamente outra. Metia uma selva e uma travessia com aventuras e percalços vários. E no meio da selva, claro, havia um rio. Um rio enorme, tipo amazonas, que se tinha de atravessar também, em canoas.
Enfim. Era uma sensação do caraças, o ter chegado ao fim. No sonho, por enquanto.
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