domingo, setembro 25, 2011

Poesia do outro lado da lua


(imagem retirada da net)


Quando eu gritar
lembra-te de secar as fontes
da minha voz
para que a água estanque
e a corrente
inverta o seu sentido
líquido
e retorne ao mar
de onde nasceu.

Quando eu gritar
lembra-te de inventar as palavras
sem sentido
as gargalhadas sem motivo
os dedos brancos com que desfio
a razão.
Não te esqueças dos pássaros. Nem da luz.
Não se faz amor de corpo vazio.

Quando eu gritar
estende apenas no chão
o braço partido
do eco da minha voz
até ao infinito.

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