PRECONCEITOS

Quem disse que os ingleses são pessoas frias?
Bom, quem o disse concerteza que se referiu ao esteriótipo do inglês: pele branca, olhos claros, cabelo loiro. Ainda os há, claro, mas cada vez mais vemos peles morenas, escuras, pretas, cabelos castanhos, carapinhas, enfim, o cidadão britânico típico está em vias de se multi-racializar.
Mas isto vinha a propósito da frieza supostamente atribuída a este povo. Frieza, só se for do clima. Todos os dias quando saio à rua vejo caras sorridentes. É claro que também vejo caras fechadas (como em todo o lado). Mas onde eu queria chegar era à forma calorosa com que o meu filho e os novos alunos foram recebidos na nova escola. Para começar, o Headteacher veio buscar-nos, aos novos alunos e aos pais, e acompanhou-nos até às respectivas salas, onde já estavam as professoras e os outros alunos. Apresentou cada aluno pelo seu nome, repetindo-o várias vezes para que não o esquecesse. Pediu aos restantes meninos que olhassem pelos novos, pois eles não estavam com umas caras lá muito contentes, a ver se no final do dia já seriam visíveis alguns sorrisos, e avisou-os de que se vissem algum deles com ar perdido para oferecerem de imediato a sua ajuda. Isto tudo dito de uma forma carinhosa, amigável, confiante. Já estava a par das características dos novos alunos (por exemplo, já sabia que o David falava português como 1ª língua) e não hesitou em avisar uma das professoras de que talvez ele precisasse de alguma ajuda. Todas as professoras e todos os funcionários são simpáticos, têm sempre um sorriso e uma palavra amável, e não hesitam em ajudar e em oferecer ajuda. E tratam toda a gente da mesma forma, brancos e pretos, ingleses, portugueses, espanhóis, árabes, chineses, etc, etc. A escola é bonita, cheia de trabalhos e desenhos nas paredes, com muito espaço e muito arrumada (o que é raro por aqui, devo dizer, na outra escola havia muita desarrumação). Enfim, todos são amáveis, todos nos saúdam com um "good morning" desde o senhor que nos abre a porta a toda a gente com quem nos cruzamos. É como se fôssemos uma grande família.
E é bom, sentirmo-nos assim, benvindos.