quinta-feira, abril 09, 2009

Poema

"Às vezes entra-se em casa com o outono preso por um fio
Dorme-se então melhor
Mesmo o silêncio acabou por se calar

Talvez pela noite fora oiça cantar o galo
E um rapazito suba as escadas com um cravo
E notícias de minha mãe

Nunca fui tão amargo, digo-lhe então
Nunca à minha sombra a luz morreu tão jovem
E tão turva

Parece que vai nevar"

Eugénio de Andrade

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