Precisava de falar. Teria de reunir toda a sua coragem. Sentia-se como se tivesse desaprendido a linguagem; como se desconhecesse as palavras; como se tivesse recuado no tempo e fosse de novo bebé. Não existem palavras para exprimir o que quer. Está nervosa. Se pudesse metia-se dentro de um buraco e não sairia mais de lá. Mas sabe que não, que não se pode esconder para sempre. Nada se pode esconder para sempre. Nem de nós mesmos. Chegava a hora de, finalmente, nascer.
(E se chorasse, se chorasse, melhor. Talvez as lágrimas trouxessem a tão esperada tranquilidade.)
2 comentários:
É mesmo assim que acontece. Mas temos de sair do buraco e renascer.
Beijinho
:)
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